Edição nº 01, julho de 2005 Pipa - Tibau do Sul - RN
Matéria
Semana do Meio Ambiente chuvosa "esquenta" Pipa e Tibau do Sul - Por Max Francisco
A chuva que caiu na cidade no início do mês de junho atrapalhou as atividades externas da Semana do Meio Ambiente em Tibau do Sul, mas nem por isso, o clima nas atividades internas foi menos quente. As palestras e mesas redondas que fizeram parte da programação foram marcadas por um clima de animosidade e cobrança por parte da população ao poder público que parece fazer vista grossa à situação do Meio Ambiente no município.
Por outro lado, este clima foi percebido apenas entre os poucos presentes às atividades da semana, que em sua maioria eram integrantes de organizações não governamentais preocupados com a preservação do local. O empresariado de Pipa e a população não deram o ar da graça, talvez por causa das águas que caíram durante o período. Mas de acordo com Márcia Nascimento, integrante do Núcleo Ecológico de Pipa, o motivo é outro: "Falta envolvimento da população e do empresariado local. Apenas com a integração dos moradores e do poder público é que conseguiremos mudar esse quadro".
O Nep (Núcleo Ecológico de Pipa) e o Gaia abriram as atividades da semana com atividades para os alunos das escolas de Pipa e Tibau do Sul. As crianças, aliás, eram o público-alvo das atividades desse ano, que teve como tema a reciclagem. Cerca de 120 crianças participaram dos três dias da gincana, em que uma das tarefas era o recolhimento de material reciclável no município. No mutirão das escolas, a escola de Umari, que mais arrecadou objetos recicláveis, ganhou kits de material escolar e didático cedido por empresários e órgãos locais.
Um passeio ciclístico com mais de 60 bicicletas concluiu as atividades externas da semana do meio ambiente em Tibau do Sul, além das apresentações culturais que aconteceram nas praças do município, e das visitas ao santuário ecológico.
Palestras com assuntos interessantes, mas falta público.
As palestras foram o ponto alto das atividades, abordando assuntos diversos relacionados ao meio ambiente, como o tratamento de resíduos sólidos e a preservação da biodiversidade marinha, entre outros. Foram proferidas por profissionais especializados, e apesar da relevância dos assuntos, poucos foram os que compareceram.
A palestra foi iniciada pelo diretor-geral do Idema no estado, o sr. Eugênio Cunha, que destacou as atividades desenvolvidas pelo Idema e esclareceu aos presentes qual é a real função do órgão. Segundo Cunha, entre as atividades mais importantes desenvolvidas pelo órgão está a educação ambiental, fator fundamental para o engajamento da sociedade nessa causa tão importante. O diretor geral do órgão também esclareceu que outra função do Idema é a elaboração de estudos sócio-econômicos e não apenas as ações ambientais.
Após a palestra, a mesa foi composta pelo prefeito do município, Valmir José da Costa, o deputado estadual Fernando Mineiro, o representante da Câmara Municipal de Tibau do Sul, Manoel Messias, e o representante da sociedade civil de Pipa, o engenheiro Luiz Henrique Ribeiro. O prefeito iniciou sua breve participação falando sobre a importância da exploração consciente do turismo no município e afirmou que Tibau do Sul, atualmente recebe mais turistas que Natal, a capital do estado.
O vereador Manoel Messias demonstrou apoio da câmara à causa ambiental e ratificou que a Câmara Municipal está aberta ao povo para reclamações e denúncias. Outro palestrante foi o deputado estadual e presidente da Comissão de Meio Ambiente da Assembléia Legislativa do estado, o sr. Fernando Mineiro, que afirmou que por volta de 30% das atividades turísticas do estado, estão abaixo da Lagoa Guaraíras, e existe a necessidade da exploração turística do interior do estado para evitar o turismo predatório e o esgotamento da região sul do litoral potiguar. O deputado citou que dos 167 municípios do Rio Grande do Norte, apenas 14 tem conselho de meio ambiente.
Após as palestras, a noite terminou com a participação do público que questionou os representantes sobre as ações tomadas para a preservação das falésias, praias, rios e florestas do município. Os representantes se mostraram abertos ao diálogo e defenderam suas gestões citando ações como o embargue de obras ilegais, entre outras ações punitivas.
O aterro sanitário do município. Foto: Márcia Nascimento
Mas o que se percebeu com as palestras e todas as atividades da Semana do Meio Ambiente no município é que o que falta ainda são ações de vigilância contra as ocupações e construções irregulares, e não apenas a aplicação de multas posteriores. Seria mais apropriado investir em vigilância e fiscalização nos locais a serem preservados.
ExpedienteJornalista responsável: Max Francisco - Pipa 2005
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